sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Uma nova mensagem

Toda noite é a mesma coisa. Coloco meu pijama xadrez e arrumo a cama, colocando a manta primeiro seguindo depois de duas cobertas mais grossas. Este ano o inverno foi tão bom. Já que o ar estava gelado, corri para baixo das cobertas na tentativa de me esquentar. Minha cabeça latejava de dor, pois tive um dia cansativo - e levei uma forte bolada na educação fisíca.

Bi bi. Vibrou meu celular. Peguei o pequeno aparelho e desbloqueei a tela. Duas mensagens no WhatsApp. Uma de minha melhor amiga e outra de meu namorado. O bom desses celulares, é que podemos conversar com as pessoas que gostamos, mesmo sem estar perto delas. Mas o ruim, é que se o uso desse pequeno aparelho for exagerado, pode acabar causando muitos distanciamentos. Sem muita demora, escrevi uma mensagem respondendo ambas as perguntas. "O que vai fazer amanhã, amor?" ele perguntava. "Preciso te contar uma coisa!" ela dizia. Respondi e esperei a próxima mensagem chegar. Em segundos recebi uma nova mensagem dele. Depois uma dela. E outra dele. Assim fiquei até certa hora que meus olhos não aguentaram mais o cansaço.

Com pouca vontade, expliquei aos dois que dormir era importante para as pessoas. Eles concordaram e nos despedimos. Com os dedos cansados, acostumados a clicar na pequena tela do celular, deito de lado e coloco uma mão sobre a outra bem perto ao meu rosto. O silêncio era total. Vez ou outra alguns cachorros latiam na vizinhança. Meus olhos foram se fechando. Lentamente. Calmamente. Então subitamente e sem querer, eu adormeci, sabendo que na manhã seguinte, haveria uma nova mensagem.

domingo, 3 de agosto de 2014

Nosso começo



Primeiro dia de aula novamente. A mesma rotina se iniciará. As mesmas pessoas? Talvez. O primeiro ano não é fácil. O jeito é esquecer tudo que você conhecia antes e recomeçar do zero. Por sorte algumas coisas continuam intactas. Aquelas amizades de anos e anos. É basicamente nessa época que você descobre quem as pessoas são de verdade. O jeito é seguir em frente. Fazer novas amizades, novos amores. Foi nisso tudo que eu conheci ele.

Ô menino, se você soubesse quantas vezes tive vontade de me sentar ao seu lado e puxar assunto. Mas o destino é um tanto estranho. Certo dia, não lembro ao certo, fui obrigada à sair do meu lugarzinho em frente ao ar-condicionado e ao lado da janela, para me sentar em uma mera classe ao meio da sala. Com má vontade tive de aceitar a decisão de minha professora e aturar um dos alunos repetentes que se sentara à minha frente. Essa foi a melhor coisa que podia ter acontecido. 

Ele foi chegando de fininho. Aos poucos. Bem devagar foi conquistando o que faltava em meu coração. Tentei não demonstrar muito interesse, pois pensei porquê um garoto igual à ele iria gostar de alguém como eu? Quer dizer, eu não sou do tipo fácil, mas também, só de olhar para ele já me fazia perder o chão. O o seu jeito de me irritar, de mexer no meu cabelo, de me fazer cosquinhas, só fez o sentimento crescer. Até que então aconteceu e tudo foi simplesmente perfeito.

Em nossa sala mais casais se formaram. E os meses passaram. Descobri seus medos e pontos fracos, suas manias, seus sonhos, seus planos. Nosso sentimento só crescia a cada dia que passava. Engraçado, a pessoa pode errar e mesmo assim nós perdoamos apenas por medo de perdê-la. Hoje em dia nada mudou, o sentimento é o mesmo e só aumenta. Nossos colegas que antes eram casais, agora não passam de meros amigos, ou apenas conhecidos. Como ele mesmo me falou um dia: entre todos de nossa sala, o nosso amor era mais forte, e assim será eternamente, se Deus nos permitir.